Vida de repórter

Sempre perguntam-me como é nas ruas, quando saio para gravar uma matéria. A resposta que dou é sempre a mesma: cada dia uma emoção diferente. Vou contar aqui, no blog, algumas situações. Para começar uma hilária.

Estava eu na UFPE fazendo uma matéria sobre a eleição do novo reitor, quando escuto alguém gritando: Repórter, repórter! Quando me virei, era um homem com seus lá 52 anos. Ele estava tão eufórico em falar comigo que fiquei até emocionado. "Poxa, já estão me reconhecendo nas ruas", pensei. 

O senhor, apertou minha mão, puxou-me para dar-me um abraço e aí falou: "Eu fico tão feliz por você. Você é jovem, se veste bem, tem um trabalho de destaque". Eu só fazia agradecer. Até aí tudo bem. Foi então que ele soltou: "É tão bom ver um repórter 'de cor', fico emocionado". Pasmei. DE COR? Gente, estamos no século XXI e o homem me chama "de cor". Existe isso??

Sorri, porque também entendi o que ele queria dizer. Não era de forma preconceituosa, mas estava surpreso por ver mais um repórter negro, o que é difícil. Mesmo sendo difícil, em nosso Estado há o grande jornalista Márcio Bonfim, âncora da Rede Globo Nordeste. O engraçado é que sou confundido constantemente com ele. Vamos, então, para mais um caso.

Estava eu entrevistando o cantor Jair Rodrigues, para o programa NaSocial do portal LeiaJá, quando pergunto para o ilustre Jair: "O senhor tem 71 anos, 52 de carreira e está sempre alegre, sorrindo, contagiando todo mundo. Se sente realizado?" 

O cantor abriu aquele sorriso enorme e disse: "Você também é alegre. Gostei muito de te ver na TV hoje, ao meio dia na Globo. Parabéns pelo seu trabalho". Diante disso, só pude dizer obrigado! 

Eu disse ao Márcio, quando nos conhecemos, que não me achava parecido com ele. Para que não fiquem dúvidas, confiram a foto. Em breve mais histórias do dia a dia.